quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Viajante Gourmet: 5 Comidas típicas da Alemanha para experimentar

Comidas típicas da Alemanha.

Quem pensa que comida típica alemã se resume somente a salsicha, batata e cerveja se engana,existem diversas comidas típicas da Alemanha para se experimentar quando for viajar ao país. Ok, esse trio é muitas vezes a base da alimentação alemã, mas basta conhecer um pouco mais da cultura local, para se surpreender, com diversas variações e comidas típicas diferentes, de norte a sul.
Por exemplo, na primavera, o aspargo, especialmente o branco, vira prato típico apreciado no cardápio de quase todos os restaurantes alemães, bem como os cogumelos no verão. Essa prática de valorizar o ingrediente local, sazonal, apreciar o que está na época é algo que os alemães adoram e está cada dia mais na moda no país.
Doces típicos numa padaria alemã
Por isso, ao norte do país, nas áreas voltadas para o mar, as comidas típicas incluem frutos do mar, trutas e arenque. Já no inverno, biscoitos de gengibre e vinho quente reinam nas feiras no centro das cidades, isso são só alguns exemplos.

Confira abaixo então 5 comidas típicas da Alemanha mais famosas, para experimentar pelo menos uma vez, quando estiver no país.

1-) Pretzel ou Bretzel

Pretzel ou Bretzel, uma das comidas típicas da Alemanha
Na Alemanha chamado de Bretzel, o Pretzel como conhecemos no Brasil, é um dos pães mais básicos e uma das comidas típicas da Alemanha mais famosas. Com um formato meio ovalado, possui um nó no meio e uma casquinha peculiar, formada ao se mergulhar o pão numa solução com bicarbonato de sódio antes de ser assada.
Os mais comuns vem com apenas sal por cima mas há inúmeras variações, incluindo coberturas doces (chocolate, amêndoas) e salgadas (queijos especialmente), vendido em diversos tamanhos, mas em especial grande ou muitooooo grande, virando quase uma refeição!
É encontrado em qualquer lugar, então não dá para sair da Alemanha sem experimentar pelo menos um Bretzel! Barato e viciante!

2-) Cerveja, vinho e Apfelschorle

Cervejas alemãs

Quando se fala em bebida típica da Alemanha, impossível não pensar em cerveja! A produção inicial de cerveja no país vai bem fundo nas suas origens, vindo desde as tribos germânicas, passando pelos monges e chegando até a produção industrial nos dias de hoje.
E para quem gosta, a cerveja alemã possui uma variedade imensa, desde a do tipo pilsen (de baixa fermentação e leve, como conhecemos normalmente aqui no Brasil), até outras mais fortes e densas, como a Weiss (de trigo) e a Starkbier (cerveja forte produzida em uma época específica do ano e que tem até um festival só para ela em Munique.)
Como no caso da salsicha (veja abaixo) cada região do país tem a sua cerveja local, então para não ter erro, ao viajar pela Alemanha, sempre pergunte qual é a cerveja local que eles te recomendam para servir em cada cidade.
Vinho Quente em Dresden
Mas quem pensa que só de cerveja vivem os alemães está altamente enganado. Na região do Rio Reno, por exemplo, o vinho do tipo Riesling (um vinho branco, aromático e ácido), produzido por lá, é um clássico para ser tomado. No inverno aliás, vinho quente é uma bebida básica no cardápio da maioria dos restaurantes, por todo o pais. Nada contra a cerveja, mas no frio, cai muito bem um vinhozinho desse para dar uma esquentada! 😉
E para quem não bebe ou não quiser beber álcool, uma outra bebida super típica alemã é a Apfelschorle, uma mistura de basicamente água com gás e suco concentrado de maça, leve, doce e delicioso. Você encontra a Apfelschorle em qualquer restaurante (muitas vezes eles produzem no próprio local a bebida, misturando os dois ingredientes) ou mesmo industrializadas (não tão gostosa, mais doce do que refrescante mas ainda muito boa!). Pedia em todos os lugares!

3-) Wurst e Currywurst

Currywurst em Berlim
Wurst significa em alemão salsicha e cada região tem a sua especifica. Tem origem com os camponeses alemães, que usavam as tripas dos animais para esconder e comer partes menos apetitosas de carne, das mais variadas regiões de um ou diversos animais. Resumindo era uma forma de não desperdiçar nenhuma carne e comer de uma maneira mais criativa e gostosa partes não tão nobres dos bichinhos…
Pode se comer wurst a qualquer hora do dia, no café da manhã, ao lanchinho da tarde e jantar, com diferentes tipos de cozimento (cozida só na água, frita, grelhada, etc) sendo o mais comum servir a wurst com pão (especialmente o pretzel lá de cima), mostarda (doce ou apimentada, bem fortes e gostosas) e muitas vezes com chucrute (repolho cortado e cozido em vinagre, outra comida típica alemã super comum).
Weisswurst Hofbraeuhaus
São diversos tipos de salsichas por todo o país, variando de região para região. A salsicha do tipo Bratwurst, por exemplo, uma das mais fáceis de se encontrar por toda Alemanha, leva carne de porco e vitela. Já a Weisswurst, branca, feita somente de vitela é comum no sul do pais, na Baviera e deve se retirar a pele antes de comer. Ao estar em determinada cidade vale perguntar no restaurante qual é a wurst mais típica para experimentar.
Já o Currywurst é nada mais do que uma variação do tema, com a salsicha cortada e coberta de ketchup e pó de curry (geralmente servido com batatas fritas). Mas não se engane, ainda que o currywurst seja encontrado por toda Alemanha, o original mesmo é de Berlim e considerado por todos o melhor e o único verdadeiro! Para os mais tradicionais, comer um currywurst em Munique por exemplo, é um absurdo (mas é permitido para turistas, menos mal! Ufa! rs)

4-) Schnitzel

Schnitzel

Nosso bife à milanesa, versão alemã, incluindo o tamanho, imenso! Geralmente feito de carne de porco ou vitela, tende a ficar bem fininho e crocante, mas também úmido e suculento por dentro da casquinha de pão que empana a carne.
É um prato muito comum de encontrar em qualquer restaurante alemão e geralmente vem acompanhado de batatas e uma fatia de limão, que dá toda a diferença no prato, pode acreditar! Como fritura e cerveja são melhores amigos, peça uma pilsen para acompanhar.

5-) Doner Kebab

Doner Kebab
Talvez um dos pratos mais populares e baratos na Alemanha, e que viajou o mundo! O kekab é um espeto de carne muito comum na Turquia, que ganhou na Alemanha uma versão mais fácil de comer: dentro do pão!
Sua origem vem da população turca imigrante na Alemanha nos anos 70, que criou um sanduíche de carne assada (cordeiro, frango e vitela normalmente, feita no espeto giratório), servido no pão pita, com acompanhamentos como salada, molho de iogurte, simplesmente um sanduíche completo e delicioso. Pronto: nascia a comida fast food mais famosa da Alemanha e que em pouco tempo já ganhava adeptos em vários lugares do mundo (inclusive aqui no Brasil!).
A versão vegetariana com falafel (bolinho frito de grão de bico ou fava) é igualmente famosa e tão (ou mais na minha opinião) gostosa e saborosa quanto. Junto com o wurst é a comida típica alemã substanciosa mais barata que pode comer pelo país, encontrada facilmente em todos os lugares da Alemanha. Em Berlim, por exemplo, o Doner Kebab do Mustafa’s Gemüse Kebap, uma barraca no meio da rua, gera filas imensas, todo ano, a qualquer hora do dia e é mesmo o melhor doner kebab que já provei na vida (e olha que já fui para Turquia!).
E esses são apenas alguns exemplos de comidas típicas da Alemanha. Já experimentou ou tem alguma outra favorita? Então compartilhe aqui com a gente nos comentários.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Viajante Gourmet: Vinhos Chilenos (Parte II) – Onde é melhor comprar e como trazer para o Brasil

Depois de descobrir no post anterior um pouco mais sobre as regiões vinícolas do Chile e alguns dos rótulos com melhor custo x benefício para experimentar e comprar no país, chegou a hora de descobrir exatamente os melhores lugares onde comprá-los e dicas para trazer seus vinhos chilenos favoritos em segurança de volta para o Brasil.

1-) Onde é melhor comprar vinhos no Chile?

Como vimos no post anterior, depois de conhecer melhor as regiões produtoras e alguns dos vinhos chilenos mais legais uma dica é “visitar uma casa de vinhos, para experimentar alguns rótulos é já ir procurando qual vinho é sua cara”. Com aquela lista dá para ter uma idéia de qual tipo de vinho também pode lhe agradar mais (tinto mais forte ou branco mais suave e de qual região) para dai procurar outras opções de rótulos. Em Santiago, por exemplo,  ir ao “Bar Bocanáriz onde se pode experimentar varias taças de vinho, bem como comprar tanto no restaurante, como já fazer uma lista e procurar no Duty Free”.
Muita gente prefere comprar vinhos durante a viagem, seja em lojas especializadas, restaurantes, supermercados e até nas próprias vinícolas, durante uma visita. Dependendo do tipo do vinho e do preço, até vale a pena, mas por uma questão prática (de não ter que ficar carregando garrafas e garrafas durante toda a viagem) a melhor opção é fazer essas compras no seu destino final de viagem ou deixar para comprar no free shop de Santiago.
Importante: no free shop há muita variedade, porém safras, bem como rótulos muito específicos dificilmente são encontrados. Dessa forma, para vinhos mais diferenciados vale comprar em lugares específicos, para vinhos mais cotidianos, vale até comprar em lojas e supermercados antes de embarcar, e para vinhos um pouco melhores, até aqueles para dar de presente, vale deixar as compras para o free shop já na volta para o Brasil.

2-) E quantos vinhos eu posso trazer para o Brasil?

A receita federal do Brasil permite: Total de compras no valor de até US$ 500 no exterior (incluindo free shops em aeroportos não brasileiros, como por exemplo o de Santiago) + US$ 500 em compras no Duty Free Shop do Brasil.
No caso específico de bebidas alcoólicas, não se pode exceder o número de 24 garrafas no total, compradas no Free Shop brasileiro, sendo no máximo, 12 garrafas de um único tipo de bebida (por exemplo: 12 garrafas de vinhos e 12 whiskies).
Para compras feitas no exterior, incluindo no free shop do Chile, é possível trazer bebidas alcoólicas, num total de até 12 litros, que é claro fique dentro da cota dos US$ 500 para não serem taxadas. Importante: no caso de compras feitas fora do Brasil, sempre tenha em mãos a nota para evitar problemas na hora de passar pela receita federal.
No site da receita é possível ter mais informações sobre outros itens e limites permitidos.

3-) E como levar / transportar os vinhos para o Brasil?

Quem compra antes de embarcar, precisa despachar as suas garrafas. Algumas lojas específicas fazem embalagens com papel bolha, facilitando o transporte ou até mesmo enviam caixas para o Brasil. Se esse não for o seu caso, o jeito é improvisar:
– Faça sua mala já pensando na disposição dos vinhos. Os proteja em sacos plásticos e depois os enrole em muitas roupas para evitar batidas, sempre colocando entre uma garrafa e outra mais roupas para que as garrafas não se choquem uma contra as outras.
– Outra tática comum é colocar as garrafas dentro de meias (quanto mais camadas melhor), que se adaptam bem ao formato da garrafa. Ainda sim, a dica de colocar roupas entre garrafas e ao redor delas na mala, protegendo com saco plástico, continua valendo.
Quem compra no Free Shop precisa pensar também no transporte. Em geral no Duty Free de Santiago eles colocam as garrafas em sacolas plásticas mesmo, então fica a cargo do passageiro protegê-las da melhor maneira possível na sua bagagem de mão. Dessa forma, deixe algumas roupas nessa mala já pensando em proteger as garrafas que for comprar, isso porque é muito perigoso deixar as garrafas soltas no bagageiro, bem como colocá-las embaixo do assento.

Dicas finais de vinhos chilenos para trazer

Além daquela lista bem legal que o Alexandre deu no post anterior, algumas dicas gerais, especialmente para quem deixou para comprar na última hora um vinho chileno, seja para levar para casa, seja para dar de presente:
– “Um vinho na faixa dos 15 a 20 USD já pode ser uma boa escolha, já que o mesmo poderá ser achado no Brasil por 80 ou 100 reais. Dentro dessa faixa há marcas como Misiones de Rengo, Santa Ema, Tarapacá, Concha y Toro, Santa Rita y Montes, Cousiño Macul, entre outros”.

– “Vinhos na faixa dos 30 USD serão escolhas ótimas para quem é conhecedor e já sabe distinguir melhor aromas e texturas. Dentro dos rótulos mais famosos dessa faixa está o Casillero del Diablo, com um custo beneficio bom. A vinícola Montes é conhecida por seu vinho Montes Alpha e pelo super premiado Montes Folly, que é um vinho que achará na faixa dos 200 USD”.

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Viajante Gourmet: Vinhos Chilenos (Parte I) – Regiões produtoras e dicas de rótulos para experimentar

Experimentar vinhos chilenos e visitar vinícolas são programas quase essenciais para quem viaja ao Chile. É realmente um mundo à parte de rótulos para provar, lugares para visitar, etc. Para o viajante comum é muito fácil chegar no país sem ter muitos conhecimentos específicos sobre o assunto (como foi meu caso), mas a variedade e qualidade é tão boa que vale a pena se informar melhor antes de ir, para tornar sua viagem ainda mais gostosa.

Vinhos chilenos

Assim, pedi para que um especialista no assunto, o Alexandre Frias, desse uma introdução sobre o assunto e dicas sobre vinhos chilenos aqui, para que todo mundo possa ter uma experiência ainda mais legal quando estiver no país.

Das regiões produtoras aos bons vinhos chilenos que ele recomenda experimentar e trazer para o Brasil, então aprender e aproveitar com as dicas do Alexandre:

“O Brasil é um grande consumidor de vinho chileno. Nem todo mundo sabe, mas atualmente 40% dos vinhos que consumimos no Brasil vem do Chile. Dá para acreditar?
E não é à toa. Encontramos nas lojas especializadas, empórios e supermercados vinhos chilenos para todos os bolsos e gostos. E o Chile produz muito vinho. Sua geografia privilegiada, permite produzir vinhos em quase toda a extensão do país. São dezenas de regiões de norte a sul.
Como são muitas regiões, fica um pouco difícil para o consumidor perceber as diferenças de região para região nos vinhos. Pensando nisso, em 2012 a Wines of Chile, instituição que representa as vinícolas chilenas, desenvolveu um projeto para simplificar o entendimento das regiões vitivinícolas chilenas e dividiu tudo em apenas 3 regiões. São elas:
Mapa Regiões vinícolas do Chile
-> Região COSTA: Esta região recebe influência direta do Oceano Pacífico e tem temperaturas mais baixas, fazendo com que o amadurecimento das uvas seja mais lento, produzindo vinhos mais frescos. Aqui encontramos ótimos vinhos brancos, principalmente feitos da uva sauvignon blanc.
-> Região ENTRE CORDILHEIRAS: Longe do mar e das cordilheiras, essa zona central recebe influência menos intensa de ambos o que permite a produção de vinhos mais estruturados. Aqui os vinhos tintos mais frutados e potentes brilham.
-> Região ANDES: A altitude é o segredo da qualidade dos vinhos produzidos nesta região. Quando mais alto, mais frio. Esse controle permite a produção de vinhos tintos mais elegantes.
Mas o que gostamos é de nossa taça cheia de vinho bom não é mesmo?

Para ilustrar de forma prática essas diferenças, seguem algumas dicas de ótimos vinhos chilenos que você encontra no Chile, a preços bem mais amigos do que no Brasil, para você brindar e aproveitar:

-> Espumante Miguel Torres Santa Digna Rosé (Região COSTA)

Além de delicioso e muito refrescante, vale a pena comprar esse espumante pela curiosidade. Ele é feito de uma uva chamada “país”, quase extinta no Chile.
Espumante Miguel Torres Santa Digna Rose

-> Terrunyo Sauvignon Blanc (Região COSTA)

Excelente vinho branco feitos da sauvignon blanc, perfeito para acompanhar pratos de frutos do mar.
Terrunyo Sauvignon Blanc

-> Herência Carmenère (Região ENTRE CORDILHEIRAS)

Um dos melhores vinhos de uva Carmenère que já provei. Se você gosta de Carmenère, esse é o seu número. Produzido pela Viña Santa Carolina.
Herencia Carmenere

-> Viu Manent Viu 1 (Região ENTRE CORDILHEIRAS)

O Viu 1 é o vinho ícone da Viu Manent. Um blend especial de quase a totalidade de uva Malbec e um pouquinho (2%) de Cabernet Sauvignon.
Viu Manent Viu 1

-> Seña (Região ANDES)

Outro grande ícone chileno feito de um blend de várias uvas como: Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Petit Verdot e Carmenere. Um vinho para comprar, guardar e beber em um momento especial.
vinho seña

-> Don Maximiliano Founders Reserva (Região ANDES)

Para mim, um dos melhores vinho do Chile, feito de uma mistura das uvas Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, Petit Verdot e Shiraz. Uma festa”.
Don Maximiliano Founders Reserva
Muito obrigada pelas dicas Alexandre! E se você se animou com essas informações, no próximo post tem dicas finais de onde é melhor comprar e como trazer seus vinhos chilenos favoritos para o Brasil